Ativos alternativos antes restritos a grandes fortunas e investidores institucionais, como private equity, crédito privado e venture capital, estão agora chamando a atenção de pequenos investidores, graças ao surgimento de novas plataformas de tecnologia.
De acordo com um artigo publicado pela CAIA Association, pequenos investidores estão se interessando mais por investimentos alternativos de qualidade oferecidos por fintechs, como projetos ESG e empresas inovadoras em fase de crescimento.
Atualizações regulatórias em todo o mundo estão expandindo as fontes de captação de empresas além das opções tradicionais do mercado de capitais e, no Brasil, não poderia ser diferente.
Somente no ano passado, o crowdfunding de investimento cresceu 123% no país, viabilizando a captação de quase R$ 200 milhões em empreendimentos diretamente ligados à economia real.
Para se ter uma ideia do potencial de crescimento desse setor no mundo, a gestora de fundos de private equity Blackstone afirma que o mercado disponível aos investidores individuais seria de até US$ 80 trilhões.
Neste artigo, vamos discutir o papel da tecnologia para ampliar o acesso de pequenos investidores a novas estratégias de formação de patrimônio e a importância de investir em ativos alternativos para a construção de um portfólio resistente a crises.
Os tópicos que vamos abordar são os seguintes:
Investidores buscam projetos que combinem mais com seu perfil pessoal
Pequenos investidores estão cada vez mais descobrindo as vantagens de diversificar suas carteiras com ativos alternativos ilíquidos, através de estratégias de alocação historicamente associadas a grandes investidores institucionais, como:
- Veículos de investimento privado listados em bolsa;
- Empresa com propósito específico de aquisição (SPACs), as famosas empresas “do cheque em branco”;
- Investimento participativo, ou crowdfunding;
- Programas estabelecidos por gestores de fundos privados.
Esse interesse tem aumentado, em parte, pela baixa disponibilidade de investimentos em ações disponíveis atualmente no mercado e também porque cada vez mais empresas inovadoras estão optando por manter seu capital fechado por mais tempo.
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A evolução do ambiente regulatório, trazendo mais segurança aos investidores e maior compreensão dos riscos envolvidos, é outro fator que tem contribuído para a evolução dos investimentos alternativos no mundo.
De acordo com um artigo escrito por David Donahue, sócio da Mbuyu Capital Limited, Nina Tannenbaum, Head de Business Operations da Algorand, e Elsie Russell Brown, vice-presidente de gestão de produto de tecnologia da Grayscale, publicado pela CAIA Association:
O maior acesso de pequenos investidores a ativos alternativos ilíquidos traz uma série de preocupações, como a necessidade de maior educação a respeito dos riscos e dos prazos de alocação, além de transparência das informações divulgadas pelas sociedades investidas, o que deve ser sanado por meio da evolução da regulamentação em várias jurisdições.
Tecnologia expande universo de oportunidades
Diversas plataformas de tecnologia estão entrando em operação para permitir que os investidores comuns acessem investimentos alternativos intermediados por empresas de gestão de patrimônio ou assessores de investimento, além de acesso direto a oportunidades de investimento selecionadas por uma equipe de curadoria.
Muitas vezes, os pequenos investidores não encontram nos mercados tradicionais opções de projetos que tenham mais a ver com seu perfil pessoal, como investimento de impacto regional, ambiental e social, ou ainda empresas inovadoras em estágios iniciais de desenvolvimento.
Além disso, o número de empresas com ações negociadas em bolsas de valores está caindo nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), como mostra o gráfico abaixo:
Essa tendência é ainda mais evidente no Brasil, onde o número de desistência de IPOs vem crescendo a cada ano, com as empresas buscando investidores privados e fontes alternativas de captação.
O resultado desse encolhimento do universo de ações listadas é que as carteiras que contêm empresas privadas têm maior potencial de gerar crescimento de receita e lucro, já que os investidores de private equity e venture capital procuram alocar recursos em setores mais novos, de rápido crescimento e com uso intensivo de tecnologia, além de modelos de negócios com maior vantagem comparativa.
Riscos precisam ser mais bem compreendidos
Historicamente, o investimento em capital de risco e empresas privadas vem entregando melhores retornos do que o investimento em ações, por permitir maior diversificação, especialmente em países como o Brasil, onde o mercado acionário é extremamente limitado em termos de cobertura setorial e novas teses de investimento, como tecnologia e ESG.
Mas o investimento em ativos alternativos ilíquidos também traz alguns riscos aos pequenos investidores, especialmente em relação ao seu baixo conhecimento sobre esse mercado e à falta de transparência quanto à prestação de contas e à performance das empresas investidas.
Isso demanda uma constante atualização do ambiente regulatório, sobretudo em relação à constituição de um mercado secundário capaz de dar maior liquidez aos títulos emitidos por pequenas empresas.
Crowdfunding ganha espaço na carteira de pequenos investidores
Entre as opções de investimento direto em empresas e projetos alternativos, o grande destaque, sem dúvida, fica com o crowdfunding, com destaque para as modalidades de crédito privado e participação societária.
Como mostra o gráfico a seguir, em todo o mundo, essas duas modalidades de investimento participativo chamam mais a atenção do público investidor do que opções como o crowdfunding baseado em recompensas e direcionado a doações a projetos beneficentes específicos:
O investimento participativo focado em crédito privado responde por mais de 80% das campanhas de crowdfunding no mundo, totalizando cerca de US$ 100 bilhões em transações apenas em 2020.
As diversas plataformas que atuam nesse segmento oferecem crédito tanto para empresas quanto para pessoas físicas com base no fornecimento de garantias reais, como um imóvel. Os benefícios desse novo mercado de crédito são mútuos, já que os mutuários obtêm melhores condições de pagamento, e os credores conseguem obter uma rentabilidade muito maior do que a média do mercado.
Em diversos países, o peer-to-peer lending vem ajudando a ampliar o acesso ao crédito em setores desbancarizados ou altamente concentrados, como o brasileiro, onde as taxas costumam ser extremamente elevadas.
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Entre as plataformas de crowdfunding atuantes no Brasil de acordo com as regras da CVM, a Bloxs é a que mais se destaca, ao viabilizar a captação de mais de R$ 100 milhões em projetos diretamente ligados à economia real, levando emprego e desenvolvimento para diversas regiões do país.Se você deseja conhecer mais sobre o mundo dos investimentos alternativos e diversificar sua carteira com empreendimentos criteriosamente selecionados nos setores mais dinâmicos da nossa economia, como agronegócio e energia renovável, não deixe de se cadastrar gratuitamente em nossa plataforma.